Delegacia de Mulheres vai apurar suspeita de estupro de criança em MG
Menina de dez anos narrou violência sexual em um diário, segundo PM.
Suspeito é o padrasto, que foi preso por ameaça em Juiz de Fora.
A Delegacia Especializada de Mulheres será responsável pela continuidade da apuração da suspeita de estupro de uma menina de dez anos em Juiz de Fora.
O suspeito de 37 anos, padrastro da menina, teve a prisão por ameaça confirmada pela Delegacia de Plantão e foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp).
A diarista Roberta da Costa, que denunicou o caso, não duvida do relato da filha e suspeita que o abuso ocorra há cinco anos, desde que passou a morar com o companheiro. "Acredito porque ela não foi criada em um ambiente de mentira", afirmou.
A assessoria da Polícia Civil informou que o inquérito foi distribuído na manhã desta quarta-feira (22) . De acordo com a Delegacia Especializada de Mulheres, a delegada Mariana Veiga não deve divulgar informações até receber e analisar o inquérito, para decidir quais as providências serão tomadas para a apuração do caso.
"Ai meu Deus, eu não vou aguentar. Ele me estupra. Eu não vou aguentar por muito tempo. Minha mãe tem que saber. E o que ele faz comigo, amanhã eu não vou aguentar, ele não é um santo", diz o trecho do diário citado no Boletim de Ocorrência (BO).Suspeitas
A mãe da criança registrou a ocorrência depois de ler um diário em que a filha narrava diversos episódios de violência sexual que teriam sido cometidos pelo padrasto.
“Eu estava arrumando para ir trabalhar e ela pediu para eu não ir. Ela ficou meio ressabiada, pegou o diário e começou a escrever. Esperei ela deitar, peguei o diário e achei certas coisas que ela escreveu”, contou a diarista Roberta da Costa, ao MGTV.
Após ler estas frases, a mãe conversou com a filha e descobriu que o episódio de abuso mais recente foi na sexta-feira (17). Segundo informações repassadas à PM e que constam no BO, o homem teria levado a garota para o quarto, a acariciado e ejaculou nas mãos informando à menina que "aquilo é o que faz nascer neném".
A criança relatou que todas as vezes que estava sozinha em casa, o padrastro a levava para o quarto, a despia e se esfregava no corpo dela, no entanto, sem realizar a penetração. E nos dias seguintes ao abuso, ele ameaçava agredi-la caso ela contasse à mãe ou para a avó.
De acordo com o BO, a criança passou por exame de corpo de delito realizado no
Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos), que funciona no Hospital de Pronto Socorro (HPS), após requisição da Polícia Civil. O procedimento foi realizado na tarde de terça (21). O laudo foi anexado ao registro da ocorrência e que o resultado não encontrou evidências de ato sexual. Segundo o BO, o resultado foi "inconclusivo para ato libidinoso ou conjunção carnal, devido a ausência de materiais".
O suspeito, que tem passagem pela polícia por uso de drogas e direção perigosa, foi detido na casa da família, no Bairro Vila Esperança. “Conseguimos localizá-lo em casa, não resistiu. Disse apenas que tem um carinho muito grande pela menina, que gosta de abraçá-la muito. Devido à ameaça constante que ele vem fazendo para que ela não constasse, foi feita a prisão em flagrante e conduzido à delegacia", explicou o cabo Luiz José Bento Filho, da PM.
Segundo informações da PM ao MGTV, como o estupro teria ocorrido no dia 17, a prisão em flagrante só foi possível diante do fato da ameaça de agressão. O caso também se enquadra na Lei Maria da Penha por ter se passado em ambiente familiar e envolvendo uma enteada.