sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Grupo de mulheres repudia nome de festa universitária em Juiz de Fora

Estudantes da medicina negam duplo sentido no uso da palavra "dopamina" e argumentam que cartaz da festa mostra neurônios, reforçando a tese do sentido literal do termo (Foto: Reprodução/Facebook)
Conforme os estudantes, na arte associada à divulgação da festa, buscou-se colocar em destaque a fórmula química do neurotransmissor dopamina, copos de cerveja em alusão ao oferecimento de cerveja liberada no evento e a imagem de MC Marcelly, atração principal da festa (Foto: Reprodução/Facebook)

O Coletivo Maria Maria – Mulheres em Movimento, núcleo local da Marcha Mundial das Mulheres, divulgou nota de repúdio ao título atribuído a uma festa universitária prevista para acontecer no final do mês em Juiz de Fora. Conforme o coletivo, o nome “Dopamina”, dado ao evento, pode ser interpretado como um jogo de palavras entre o sentido real – o de um neurotransmissor – e o ato de dopar uma mulher numa festa. O evento é organizado pela turma 108 da Faculdade de Medicina da UFJF, que negou a intenção de fazer do nome da festa um trocadilho.
“Não podemos afirmar qual foi a intenção dos organizadores ao criarem tal nome, porém ele dá margem para interpretações que ultrapassam o significado químico da palavra. Logo, não importa se o trocadilho não foi intencional, o que é de fato importante é que esse tipo de nome, sendo usado para uma festa, permite tal interpretação. Não podemos admitir tal ambiguidade quando um dos sentidos possíveis diz respeito ao incentivo de posturas como drogar e abusar sexualmente de uma mulher em uma festa ou em qualquer lugar. Compreendemos que é irrefutável que o contexto de utilização da palavra – uma festa em que é comum o uso abundante de bebidas alcoólicas – desencadeia interpretações como esta na cabeça das pessoas, principalmente considerando a sociedade machista em que vivemos”, diz a nota do Coletivo Maria Maria.
Conforme uma das integrantes do movimento, Laiz Perrut, o coletivo feminista tem lutado contra esse tipo de nome em eventos, contra cartazes com duplo sentido e até contra festas que liberam a entrada gratuita de mulheres, enquanto cobram valores altos dos homens. Segundo Laiz, a prática sugere a mercantilização do corpo da mulher. “Nossa nota de repúdio não é contra a festa em si, mas contra o nome. Sabemos de diversos casos de meninas que estão sendo dopadas na noite. É uma coisa tão naturalizada que as pessoas nem pensam muito que podem estar influenciando essa atitude”.
Em nota enviada à Tribuna na noite desta quinta-feira, a comissão de formatura da Medicina 108 UFJF e organizadores da festa reiteraram que repudiam qualquer tipo de violência sexual e sua associação ao nome da festa. “Por tradição, sempre escolhemos os nomes em alusão aos assuntos estudados no período, e, no atual, procuramos algo associado ao sistema nervoso e seu funcionamento. Dopamina é o nome de um neurotransmissor, que são substâncias químicas produzidas pelos neurônios e têm a função de enviar informações a outras células. Podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a reação final no órgão. Esse neurotransmissor desempenha importantes funções no organismo. A ação principal da Dopamina é a sensação de prazer. No decorrer de circunstâncias agradáveis, a Dopamina é liberada, desencadeando impulsos nervosos, que levam a uma sensação de prazer e bem estar. Sensações essas que pretendemos proporcionar no evento. Dessa forma, se mostra lógica a escolha pelo nome. Na arte associada à divulgação da festa, buscamos colocar em destaque a fórmula química do neurotransmissor, copos de cerveja em alusão ao oferecimento de cerveja liberada no evento e a imagem de MC Marcelly, atração principal da festa.”

Bombeiros de Juiz de Fora são encaminhados para Mariana

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Distrito de Bento Rodrigues foi inundado pela lama (Foto: Corpo de Bombeiros MG)
Atualizada às 16h22
Cerca de 20 militares do Corpo de Bombeiros do Terceiro Comando Operacional de Bombeiros (3º COB) de Juiz de Fora viajaram ainda na noite desta quinta-feira (5) para ajudar nos trabalhos no resgate das vítimas no distrito de Bento Rodrigues, que tiveram suas casas destruídas após o rompimento de duas barragens pertencentes à mineradora Samarco, na área rural a cerca de 23km de Mariana, na tarde desta quinta (5). O grupo partiu de Juiz de Fora por volta das 23h30.
Quatro viaturas da cidade, além do helicóptero Pégasus da Polícia Militar também foram deslocados ao local. Outros dois helicópteros da corporação mineira também já estão na região.
Ainda não há uma atualização no número total de desaparecidos. Na noite desta quinta, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou uma morte. Trata-se de um homem que teve um problema cardíaco ao ver o desastre. Inicialmente, o número desaparecidos é de 16 pessoas. Conforme informações da Rádio CBN, a corporação confirmou mais uma morte na manhã desta sexta. Desabrigados estão sendo levados para ginásio da cidade de Mariana, que recebe doações para as famílias que perderam suas casas destruídas.
Governador Fernando Pimentel visitou locais atingidos (Foto:Veronica Manevy/Imprensa MG)
Governador Fernando Pimentel visitou locais atingidos (Foto:Veronica Manevy/Imprensa MG)
Governador Fernando Pimentel visitou na manhã desta sexta-feira o distrito de Bento Rodrigues. Pimentel também visitou o ginásio onde estão as vítimas da tragédia e conversou com moradores. Ele assegurou que o governo está totalmente mobilizado para auxiliar a população. Ouça a entrevista com o governador:
O acidente
Agência Brasil – As barragens se romperam na tarde desta quinta  (5), no distrito de Bento Rodrigues, zona rural, a 23km de Mariana, em Minas Gerais, e inundou a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração. Segundo a Prefeitura de Mariana, equipes do Corpo de Bombeiros, agentes da Guarda Municipal e Defesa Civil Municipal se dirigiram para o local. Conforme a Guarda Municipal, todo o distrito ficou alagado.
Em nota, a Samarco informou que houve um rompimento de sua barragem de rejeitos, denominada Fundão. “Não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas”, diz a nota. “A organização está mobilizando todos os esforços para priorizar o atendimento às pessoas e a mitigação de danos ao meio ambiente. As autoridades foram devidamente informadas e as equipes responsáveis já estão no local prestando assistência ”, acrescenta a nota.
Segundo a Prefeitura de Ouro Preto, a barragem se rompeu por volta das 16h20. A Prefeitura  disse que a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do município encontra-se à disposição da cidade vizinha para auxiliar no atendimento aos possíveis feridos. A nota informa ainda que a Defesa Civil de Ouro Preto também montou uma base de apoio, localizada no Centro de Convenções de Mariana, para auxiliar nas buscas. Barragens como a que se rompeu em Minas são feitas para de reter os resíduos sólidos e água dos processos de mineração. O rejeito é material que deve ser armazenado para proteção do meio ambiente.

Bombeiros já resgataram 500 vítimas

Agência Brasil – O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou, nesta sexta-feira (6) que cerca de 500 moradores de áreas afetadas pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), já foram resgatados pela corporação. No total, 105 Bombeiros e 20 viaturas estão em Bento Rodrigues, área rural onde ocorreu o acidente.
De acordo com o comunicado, as vítimas primeiramente tomam banho, para a retirada de resíduos de ferro, e, em seguida, são encaminhadas para unidades de saúde da região.
A corporação informou ainda que quatro feridos – dois adultos e duas crianças – foram resgatados e levados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Três helicópteros auxiliam nos trabalhos e duas retroescavadeiras estão sendo usadas para abrir passagem e permitir acesso aos locais mais afetados pela tragédia.
De acordo com boletim atualizado na manhã de hoje pelo Hospital Monsenhor Horta, em Mariana (MG), seis pessoas receberam alta e uma permanece internada. A unidade de saúde recebeu, até o momento, oito vítimas da tragédia. Uma delas já chegou morta ao local.
Barragens de rejeito, como a que se rompeu em Minas, são feitas para reter os resíduos sólidos e água dos processos de mineração. O rejeito é o material que deve ser armazenado para proteção do meio ambiente.

Chuva de granizo cai em Juiz de Fora e pega muitos de surpresa

Os juiz-foranos foram surpreendidos, na tarde desta sexta-feira (6), com pancada de chuva acompanhada de trovoadas e granizo em vários pontos do município. As pedras de gelo foram observadas em bairros da Cidade Alta, da Zona Nordeste e também no Centro, conforme relato de leitores da Tribuna. No momento o tempo estava abafado na cidade, com máxima de 29 graus e umidade relativa do ar superior a 65%.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), áreas de instabilidade atuam na região Sudeste do país, favorecendo as precipitações. Esta situação é considerada comum para esta época do ano, pois novembro está incluído na estação chuvosa que, historicamente, segue até março. Este mês, a previsão é de acumulado de chuvas de até 191 milímetros, se considerada a média histórica. Até as 15h desta sexta, a soma das precipitações nos seis primeiros dias alcançava 33,2 milímetros, o que representa 17,4% do esperado.
No fim de semana a instabilidade deve permanecer, com possibilidade de novas pancadas de chuva a qualquer momento. Elas poderão vir acompanhadas de granizo, trovoadas e rajadas de vento. Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), os termômetros deverão oscilar entre 17 e 24 graus no fim de semana.