Setenta e quatro anos após ser adotada sem cerimônia pelos mineiros como hino, a canção "Oh, Minas Gerais", adaptação da valsa italiana "Vieni Sul Mar" feita pelo compositor mineiro José Duduca de Moraes (1912-2002), o De Moraes, e gravada pela primeira vez em 1942, deve ser oficializada como hino oficial do Estado.
Nesta quarta-feira (22), a Assembleia Legislativa do Estado instalou a comissão responsável pelo parecer sobre a proposta de emenda à Constituição mineira, apresentada pelo deputado estadual Isauro Calais (PMDB), que define como hino oficial a música "Oh, Minas Gerais".
Introduzida em Minas Gerais por companhias líricas e teatrais italianas que vinham ao país entre o século 19 e início do século 20, a canção italiana, composta por De Martino e Frati e uma das favoritas de Enrico Caruso, influenciou uma geração de músicos mineiros que, além de De Moraes, tinha nomes como Manezinho Araújo, Zé Praxedis e Antenógenes Silva.
Quando De Moraes morreu no início dos anos 2000, o então governador de Minas Gerais, o ex-presidente Itamar Franco, afirmou que a canção era "hino do Estado pela vontade popular".
Escolhido para presidir a comissão, o deputado Vanderlei Miranda (PMDB) afirmou nesta quinta-feira (23) que a matéria não terá dificuldades para ser aprovada por 2/3 (48 parlamentares) dos 77 deputados estaduais da Casa em plenário, após passar por quatro comissões da Casa, além da comissão específica da proposta, as comissões de Educação, Cultura e Justiça.

"A matéria é consenso. Não tem polêmica. Não teremos dificuldades em aprová-la", afirmou Miranda. "Vamos apenas oficializar o que já é extraoficial", disse o parlamentar.
Miranda explicou que a proposta vai modificar o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição mineira, de 1989, que trata sobre a escolha do hino oficial do Estado. O artigo 5º do dispositivo prevê um concurso para escolher o hino do Estado, mas estipula o prazo de escolha até 1992. Assim, o artigo não teria mais validade.
A decisão não passa pelo crivo do Executivo. Assim, aprovada em dois turnos no plenário da Casa, a emenda constitucional é promulgada pela própria Assembleia, e não depende de sanção do governador Fernando Pimentel (PT) para entrar em vigor.
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