O temporal que atingiu Juiz de Fora no último domingo (26) causou estragos em vários pontos da cidade, como destelhamento de imóveis, queda de árvores e de energia. Em algumas localidades, chegou a chover grande quantidade de granizo, encobrindo ruas de bairros da Zona Norte, como o Industrial, Milho Branco e Fontesville, além do Grama, na Zona Nordeste. Moradores ficaram assustados com o temporal inesperado. A Defesa Civil chegou a fazer dez chamados e teve dificuldade para atender algumas localidades devido à falta de luz. A Cemig informou que está trabalhando em um levantamento com todas as ocorrências no município, mas vários bairros ficaram sem abastecimento em consequência da chuva.
De acordo com dados do 5º Distrito de Meteorologia de Belo Horizonte, choveu uma média de 20 mm entre 15h e 16h de ontem. “É uma quantidade muito significativa, sobretudo para o inverno, período em que normalmente não chove”, observa o meteorologista Cleber Souza, destacando que a chuva atingiu a maior parte do Centro Sul de Minas Gerais. Segundo o especialista, já havia previsão de precipitação, mas a passagem de uma frente fria somada altas temperaturas registradas da manhã ao início da tarde tornou o temporal mais intenso. “O aquecimento favorece a chuva e, neste caso, criou uma corrente de ar que a fez ficar mais intensa e provocou a ocorrência de granizo em algumas localidades”, explica o meteorologista.
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Segundo Cleber Souza, a tendência é de que o tempo melhore a partir de hoje, ficando parcialmente nublado durante toda a semana, com chuvas isoladas, caso ocorram. “A frente fria já seguiu em direção ao oceano e não há previsão de passagem de outras no momento. Teremos dias quentes e noites frias, com nevoeiro pelas manhãs ao longo de toda a semana.”
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros não devem passar de 24°C nesta segunda-feira,, que tem mínima prevista de 10°C. Amanhã, as temperaturas devem oscilar entre 17°C e 26°C.
Vários bairros sem luz
Embora a Cemig ainda não tenha divulgado o balanço das ocorrências, alguns leitores da Tribuna informaram que seus bairros estão, até o momento, sem energia. No Bairro Nova Era, na Zona Norte, moradores da Rua Raimundo Corrêa ficaram sem energia das 15h30 às 23h. No Grama, a luz também acabou por volta de 15h30, e no Granjas Bethânia, a queda de energia ocorreu às 16h. Nestas regiões, os moradores continuam sem fornecimento. A Cemig informou, por meio de sua assessoria, que está fazendo o levantamento das regiões afetadas e atendendo às demandas a partir destes dados.
O Corpo de Bombeiros recebeu cinco solicitações para retirada de árvores caídas em via pública, mas sem danos a imóveis ou pessoas feridas. As ocorrências foram registradas nos bairros Jardim Natal, Emaús, Milho Branco, Parque Guarani e Grama.
Nesta segunda, pela manhã, o Demlurb deu início aos serviços de limpeza das ruas nos bairros Cidade do Sol, Jardim Natal e o Mini Distrito Industrial do Milho Branco. A ação tem 49 funcionários atuando, e utiliza pá mecânica.
A Assessoria da Defesa Civil informou que a média de chuva na cidade nas últimas 72 horas foi de 23 mm. O Bairro Grama foi a localidade com o maior volume de chuva, chegando a atingir 85 mm. Consequentemente, a Região Nordeste foi o local onde houve o maior número de ocorrências – dez ao todo. Filgueiras e Centro registraram 35 mm de chuva. Ao todo, a Defesa Civil recebeu 21 chamados.
Além dos dez chamados da Região Nordeste, seis foram registrados na Zona Norte; três na Leste; um na Oeste e um no Centro. Dessas ocorrências, cinco foram enxurradas, cinco destelhamentos, quatro desabamentos de muro, seis orientações técnicas preventivas e uma queda de árvore.
De acordo com a assessoria de comunicação da Defesa Civil, a queda de energia em alguns pontos da cidade dificultou o atendimento nos locais afetados e, com isso, só uma ocorrência foi atendida à noite no Granjas Bethânia, onde houve um desabamento de um muro de contenção. A família precisou deixar o imóvel que fica na Rua Joaquim Borges Pereira e foi encaminhada para a casa de parentes. A Defesa Civil orientou vizinhos a acionar o órgão em caso de novo risco de desabamento.
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